" Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei."

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Ipê a Beira da Estrada.

Não quero perder a capacidade de admirar as belezas do mundo. O ipê florido à beira da estrada é um imperativo que reconheço bíblico. Nele há uma fala de Deus me pedindo calma. A sacralidade da vida ganhou voz em estruturas singelas, e solicita que eu me proste.
É santo o que os meus olhos enxergam. A cor amarela encontra moldura no azul dos contornos do céu. Ao longe, o verde completa o quadro. Paira sobre a cena um mistério raro, como se houvesse uma névoa a me recordar que a raridade da beleza é uma epifania divina.
O meu desejo é deixar de seguir o caminho que me leva ao meu destino. Impossibilitado da parada, ouso diminuir a marcha. Quero a cena dentro de mim. Ouso rezar a Deus que me permita registrar na memória a beleza que não posso aprisionar.
Olho para os que passam. A velocidade dos carros não permite que os seus ocupantes vejam o que vejo. Eles estão privados da mística que só pode ser compreendida quando os passos perdem a pressa. Estão ocupados demais com suas urgências práticas. É preciso chegar. Há muitas iniciativas a serem tomadas e o tempo não pode ser perdido.
Enquanto isso, o ipê se ocupa de sua florada amarela. Cumpre no tempo a proeza de ser um sentido oculto e deslumbrante para os distraídos que o percebem.
Nele há uma pequena parte da beleza do mundo que tive a graça de descobrir. E só por isso diminuí o ritmo da minha vida.
Olhei com calma para sua beleza e nele percebi o sorriso do Criador. Sorriso de Pai, que vez em quando, faz questão que seus filhos diminuam suas velocidades para uma breve brincadeira redentora.
Eu aceitei. Brinquei com Ele. Fiquei mais feliz

Fontes:
http://www.fabiodemelo.com.br/
retirado do site acima dia: 23/02/2013.

Um comentário:

  1. ORAÇÃO DA NATUREZA

    Durante um passeio de carro, num dia em que o céu forrado de nuvens, oferecia a obscuridade e uma tendência à melancolia se fazia presente a muitas almas, começou uma forte garoa.
    Observando a visão paisagística que me era apresentada ao longo da estrada, fui arrebatada a um plano magnífico do AMOR DE DEUS, onde me fez entender a oração da natureza.
    Algumas árvores, embora de grande porte e aparente imponência, pareciam tentar alcançar o infinito com seus galhos bem elevados. Talvez louvando e agradecendo, talvez implorando piedade.
    Outras de porte menor, encurvando seus ramos frágeis e, ainda algumas, suas longas folhas, numa maneira de reverenciar o CRIADOR pelo carinho que lhes era dedicado em forma de gotículas abundantes.
    A vegetação rasteira não fugiu à sensibilidade, da qual meu olhar interior se apossou com o consentimento do SENHOR. A intensidade de sua coloração ganhou vigor e, ainda que mostrasse muitos tons do mesmo verde, com certeza, indicava a intenção de oferecer a alegria de representar a esperança da sobrevivência, em meio à ameaça de ter o homem, com sua ganância, completamente despreocupado em preservá-la.

    ResponderExcluir