MARIA NA ECONOMIA DA SALVAÇÃO
1 ANUNCIAÇÃO
§ 484 A Anunciação a Maria inaugura a "plenitude dos tempos" (Gl
4,4), isto é, o cumprimento das promessas e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele em quem
habitará “corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). A
resposta divina à sua pergunta "Como se fará isto, se não conheço homem
algum?" (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: "O Espírito Santo virá sobre ti"
(Lc 1,35).
§ 490 Para ser a Mãe do Salvador, Maria "foi enriquecida por Deus com dons
dignos para tamanha função[a1]".
No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça[a2]". Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé
ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção
da graça de Deus.
2 ASSENTIMENTO DE MARIA
§ 148 A Virgem Maria realiza da maneira mais perfeita a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e
a promessa trazida pelo anjo Gabriel, acreditando que "nada é impossível a Deus" (Lc
1,37[fca3])
e dando seu assentimento: "Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra" (Lc
1,38). Isabel a saudou: "Bem-aventurada a que acreditou, pois o que lhe
foi dito da parte do Senhor será cumprido" (Lc 1,45). É em virtude desta fé que todas as
gerações a proclamarão bem-aventurada[fca4].
§ 490 Para ser a Mãe do Salvador, Maria
"'foi enriquecida por Deus com
dons dignos para tamanha função[a5]".
No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça[a6]".
Efetivamente, para poder dar o assentimento
livre de sua fé ao anúncio de sua vocação era preciso que ela estivesse
totalmente sob a moção da graça de Deus.
"FAÇA-SE
EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA...
§494 Ao anúncio de que, sem conhecer
homem algum, ela conceberia o Filho do Altíssimo pela virtude do Espírito Santo[a7],
Maria respondeu com a "obediência da fé[a8]",
certa de que "nada é impossível a Deus": "Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim
segundo a tua palavra" (Lc 1,37-38). Assim, dando à Palavra de Deus o seu consentimento, Maria se tomou Mãe de
Jesus e, abraçando de todo o coração, sem que nenhum pecado a
retivesse, a vontade divina de salvação, entregou-se ela mesma totalmente à
pessoa e à obra de seu Filho, para servir, na dependência dele e com Ele, pela
graça de Deus, ao Mistério da Redenção[a9]:
Como diz Santo Irineu, "obedecendo, se
fez causa de salvação tanto para si como para todo o gênero humano[a10]".
Do mesmo modo, não poucos antigos Padres dizem com ele: "O nó da desobediência de Eva foi desfeito
pela obediência de Maria; o que a virgem Eva ligou pela incredulidade a
virgem Maria desligou pela fé[a11]”.
Comparando Maria com Eva, chamam Maria de "mãe dos viventes" e com
freqüência afirmam: "Veio a morte
por Eva e a vida por Maria[a12]”.
3 ASSUNÇÃO DE MARIA
...TAMBÉM
EM SUA ASSUNÇÃO...
§966 "Finalmente, a Imaculada
Virgem, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrestre, foi
assunta em corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente
estivesse conforme a seu Filho,
4 CONCEPÇÃO PELO ESPÍRITO SANTO
§ 437 O anjo anunciou aos pastores o
nascimento de Jesus como o do Messias prometido a Israel: "Hoje, na cidade
de Davi, nasceu-vos um Salvador
que é o Cristo Senhor" (Lc 2,11). Desde o inicio Ele é "aquele
que o Pai consagrou e enviou ao mundo" (Jo 10,36), concebido como "Santo[a13]"
no seio virginal de Maria. José foi chamado por Deus "a
receber Maria, sua mulher", grávida "daquele que foi gerado nela pelo Espírito Santo" (Mt 1,21),
para que Jesus, "que se chama Cristo", nascesse da esposa de José na
descendência messiânica de Davi (Mt 1,16[a14]).
§ 456 Com o Credo
niceno-constantinopolitano, respondemos, confessando: "E por nós, homens, e para nossa
salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio
da Virgem Maria, e se fez homem[a15]"
§ 484 A Anunciação a Maria inaugura a
"plenitude dos tempos" (Gl 4,4), isto é, o cumprimento das promessas
e das preparações. Maria é convidada a conceber aquele em quem habitará
“corporalmente a plenitude da divindade" (Cl 2,9). A resposta divina à sua
pergunta "Como se fará isto, se não conheço homem algum?" (Lc 1,34) é dada pelo poder do Espírito: "O
Espírito Santo virá sobre ti" (Lc 1,35).
§ 485 A missão do Espírito Santo está sempre conjugada e ordenada à do
Filho[a16].
O Espírito Santo é enviado para santificar o seio da Virgem Maria e fecundá-la
divinamente, ele que é "o Senhor que da a Vida", fazendo
com que ela conceba o Filho Eterno do Pai em uma humanidade proveniente da sua.
§ 486 Ao ser concebido como homem no seio da Virgem Maria, o Filho Único do
Pai é "Cristo", isto e, ungido
pelo Espírito Santo [a17]desde
o início de sua existência humana, ainda que sua manifestação só se realize
progressivamente: aos pastores[a18],
aos magos[a19],
a João Batista[a20],
aos discípulos[a21].
Toda a Vida de Jesus Cristo manifestará, portanto, "como Deus o ungiu com o Espírito e com poder"
(At 10,38).
A MATERNIDADE DIVINA DE MARIA
§495 Denominada nos Evangelhos "a Mãe de Jesus" (João 2,1;19,25[a22]),
Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito, desde antes do nascimento de seu
Filho, como "a Mãe de meu Senhor"
(Lc 1,43). Com efeito,Aquele que ela
concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho
segundo a carne não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa
da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos[a23]).
§ 723 Em Maria, o Espírito Santo realiza o
desígnio benevolente do Pai. É
pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e dá à luz o Filho de Deus. Sua
virgindade transforma-se em fecundidade única pelo poder do Espírito[a24]e
da fé[a25].
5 IMACULADA CONCEIÇÃO
§ 490 Para ser a Mãe do Salvador, Maria
"foi enriquecida por Deus com dons
dignos para tamanha função[a26]".
No momento da Anunciação, o anjo Gabriel a saúda como “cheia de graça[a27]".
Efetivamente, para poder dar o assentimento livre de sua fé ao anúncio de sua
vocação era preciso que ela
estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus.
§ 491 Ao longo dos séculos, a Igreja tomou
consciência de que Maria, "cumulada de graça" por Deus[a28], foi redimida desde a concepção. E isso
que confessa o dogma da Imaculada
Conceição, proclamado em 1854 pelo papa Pio IX:
A beatíssima Virgem Maria, no primeiro
instante de sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente,
em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano foi preservada
imune de toda mancha do pecado original[a29].
§ 492 Esta "santidade resplandecente, absolutamente única" da qual Maria
é "enriquecida desde o primeiro
instante de sua conceição[a30],
lhe vem inteiramente de Cristo: "Em vista dos méritos de seu Filho,
foi redimida de um modo mais sublime[a31]".
Mais do que qualquer outra pessoa criada, o Pai a "abençoou com toda a
sorte de bênçãos espirituais, nos céus, em Cristo" (Ef 1,3). Ele a "escolheu nele (Cristo), desde antes da
fundação do mundo, para ser santa e imaculada em sua presença, no amor"
(Ef 1,4).
§493 Os Padres da tradição oriental
chamam a Mãe de Deus "a toda santa" ("Pan-hagia"; pronuncie
"pan-haguía"), celebram-na como "imune de toda mancha de pecado, tendo sido plasmada pelo Espírito Santo,
e formada como uma nova criatura[a32]".
Pela graça de Deus, Maria permaneceu pura de todo pecado pessoal ao longo de
toda a sua vida.
Maria, imune do pecado
§ 411 A tradição cristã vê nesta passagem um anúncio do "novo Adão[a33]",
que, por sua "obediência até a morte de Cruz" (Fl 2,8), repara com
superabundância a desobediência de Adão[a34].
De resto, numerosos Padres e
Doutores da Igreja vêem na mulher anunciada no
"proto-evangelho" a mãe de Cristo, Maria, como "nova Eva". Foi ela que, primeiro e de uma forma única,
se beneficiou da vitória sobre o pecado conquistada por Cristo: ela foi
preservada de toda mancha do pecado original [a35]e
durante toda a vida terrestre, por uma graça especial de Deus, não cometeu
nenhuma espécie de pecado[a36].
6 MARIA, MEDIANEIRA DA GRAÇA
§ 969 "Esta maternidade de Maria na economia da graça perdura ininterruptamente, a partir do consentimento que ela
fielmente prestou na anunciação, que sob a cruz resolutamente manteve, até a perpétua consumação de todos os eleitos. Assunta aos céus, não abandonou este
múnus salvífico, mas, por sua múltipla intercessão, continua a alcançar-nos os
dons da salvação eterna. (...) Por isso, a bem-aventurada Virgem Maria é invocada na Igreja sob os
títulos de advogada, auxiliadora. protetora, medianeira[a37]."
7 OBRA DO ESPÍRITO SANTO
§721 Maria, a Mãe de Deus toda santa,
sempre Virgem, é a obra prima da
missão do Filho e do Espírito na plenitude do tempo pela primeira
vez no plano da salvação e porque o seu Espírito a preparou, o Pai encontra a
Morada em, que seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens. E neste
sentido que a Tradição da Igreja muitas vezes leu, com relação a Maria, os mais
belos textos sobre a Sabedoria: Maria
é decantada e representada na Liturgia como o "trono da Sabedoria".
Nela começam a manifestar-se as
"maravilhas de Deus" que o Espírito vai realizar em Cristo e na
Igreja.
§722 O Espírito Santo preparou Maria com sua graça. Convinha que fosse
"cheia de graça" a mãe daquele em quem "habita corporalmente a
Plenitude da Divindade" (Cl 2,9). Por pura graça, ela foi concebida sem
pecado como a mais humilde das criaturas; a mais capaz de acolher o Dom
inefável do Todo-Poderoso. É com razão que o anjo Gabriel a saúda como a
"filha de Sião": "Alegra-te". É a ação de graças de todo o
Povo de Deus, e portanto da Igreja, que ela faz subir ao Pai no Espírito Santo em seu cântico, enquanto
traz em si o Filho Eterno.
§723 Em Maria, o Espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai. É pelo Espírito Santo que a Virgem concebe e
dá à luz o Filho de Deus. Sua virgindade transforma-se em fecundidade única
pelo poder do Espírito [a38]e
da fé[a39].
§724 Em Maria, o Espírito Santo manifesta o Filho do Pai tornado Filho da
Virgem. Ela é a Sarça ardente da Teofania definitiva: repleta do Espírito Santo, ela mostra o Verbo na humildade de sua carne,
e é aos Pobres [a40]e
às primícias das nações [a41]que
ela o dá a conhecer.
§725 Finalmente, por Maria o Espírito Santo começa a pôr em
Comunhão com Cristo os homens, "objetos do amor benevolente de Deus[a42]",
e os humildes são sempre os primeiros a recebê-lo: os pastores, os magos,
Simeão e Ana, os esposos de Caná e os primeiros discípulos.
§726 Ao final desta missão do Espírito, Maria torna-se a "Mulher", nova Eva, "mãe dos
viventes", Mãe do "Cristo total[a43]". É
nesta qualidade que ela está presente com os Doze, “com um só coração, assíduos
à oração" (At 1,14), na aurora dos "últimos tempos" que o Espírito vai inaugurar na manhã de
Pentecostes, com a manifestação da Igreja.
8 PREDESTINAÇÃO DE MARIA
§ 488 "Deus enviou Seu Filho" (Gl
4,4), mas, para "formar-lhe um
corpo[a44]" quis a livre cooperação de uma criatura.
Por isso, desde toda a eternidade, Deus escolheu, para ser a Mãe de Seu Filho,
uma filha de Israel, uma jovem judia de Nazaré na Galiléia, "uma virgem desposada com um varão
chamado José, da casa de Davi, e o nome
da virgem era Maria" (Lc 1,26-27):
Quis o Pai das misericórdias que
a Encarnação fosse precedida pela aceitação daquela que era predestinada a ser Mãe de seu Filho, para que, assim
como uma mulher contribuiu para a morte, uma mulher também contribuísse para a vida[a45].
§ 489 Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada pela
missão de santas mulheres. No princípio está Eva: a despeito de sua
desobediência, ela recebe a promessa de uma descendência que será
vitoriosa sobre o Maligno [a46]e
a de ser a mãe de todos os viventes[a47][a48].
Em virtude dessa promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade avançada.
Contra toda expectativa humana, Deus escolheu o era tido como impotente e fraco [a49]para
mostrar sua fidelidade à sua promessa: Ana, a mãe de Samuel[a50],
Débora, Rute, Judite e Ester, e muitas outras mulheres. Maria "sobressai entre (esses) humildes
e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com confiança a Salvação.
Com ela, Filha de Sião por excelência, depois de uma demorada espera da
promessa, completam-se os tempos e se instaura a nova economia[a51]"
A MATERNIDADE VIRGINAL DE MARIA NO DESÍGNIO
DE DEUS
§502 O olhar da fé pode descobrir,
tendo em mente o conjunto da Revelação, as razões misteriosas pelas quais Deus,
em seu desígnio salvífico, quis
que seu Filho nascesse de uma virgem. Essas razões tocam tanto a pessoa e a missão redentora de
Cristo quanto o
acolhimento desta missão por Maria em favor de todos os homens.
§503 A virgindade de Maria manifesta a iniciativa absoluta de Deus Encarnação.
Jesus tem um só Pai: Deus[a52].
"A natureza humana que ele assumiu nunca o afastou do Pai...; por
natureza, Filho de seu Pai segundo
a divindade; por natureza,
Filho de sua Mãe, segundo a humanidade; mas propriamente Filho de Deus em suas duas naturezas[a53]."
§504 Jesus é concebido pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, pois
ele é o Novo Adão [a54]que
inaugura a nova criação: “O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o
segundo homem vem do Céu" (1Cor 15,47). A humanidade de Cristo é, desde a
sua concepção, repleta do Espírito Santo, pois Deus "lhe dá o
Espírito sem medida" (Jo 3,34). É da "plenitude dele", cabeça da
humanidade remida[a55],
que "nós recebemos graça sobre graça" (Jo 1,16).
§505 Jesus, o Novo Adão, inaugura por sua concepção virginal o novo nascimento dos filhos de adoção no
Espírito Santo pela fé. "Como se fará isto?" (Lc 1,34[a56]).
A participação na vida divina não vem "do sangue, nem de uma vontade da carne, nem de uma vontade do homem, mas
de Deus" (Jo 1,13). O
acolhimento desta vida é virginal, pois esta é totalmente dada pelo Espírito ao homem.
O sentido esponsal da vocação humana em relação a Deus [a57]é
realizado perfeitamente na maternidade virginal de Maria.
§506 Maria é virgem porque sua virgindade é o sinal de sua fé,
absolutamente livre de qualquer dúvida[a58]",
e de sua doação sem reservas à
vontade de Deus[a59].
É sua fé que lhe concede tomar-se a Mãe do Salvador: "Beatior est Maria
percipiendo fidem Christi quam concipiendo carnem Christi - Maria é mais
bem-aventurada recebendo a fé de Cristo do que concebendo a carne de Cristo[a60]".
§507 Maria é ao mesmo tempo Virgem e Mãe por ser a figura e a mais
perfeita realização da Igreja. [a61]"A
Igreja... torna-se também ela Mãe por meio da palavra de Deus que ela recebe na
fé, pois pela pregação e pelo Batismo ela gera para a vida nova e imortal os
filhos concebidos do Espírito Santo e nascidos de Deus. Ela é também a virgem que guarda, íntegra e
puramente, a fé dada a seu Esposo[a62]."
9 VIRGINDADE DE MARIA
A VIRGINDADE DE MARIA
§496 Desde as primeiras formulações
da fé[a63],
a Igreja confessou que Jesus foi
concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da
Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal deste evento:Jesus foi concebido "do Espírito Santo,
sem sêmen[a64]". Os Padres vêem na conceição virginal o sinal
de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a
nossa:
Assim, Santo Inácio de Antioquia (início do
século II): "Estais firmemente convencidos acerca de Nosso Senhor, que é
verdadeiramente da raça de Davi segundo a carne[a65], Filho de Deus segundo a vontade e o poder de
Deus[a66],
verdadeiramente nascido de uma virgem... ele foi verdadeiramente
pregado, na sua carne, {à cruz} por nossa salvação sob Pôncio Pilatos... ele
sofreu verdadeiramente, como também ressuscitou verdadeiramente[a67]".
§497 Os relatos evangélicos [a68]entendem a conceição virginal como uma obra divina que ultrapassa toda
compreensão e toda possibilidade humanas[a69]:
"O que foi gerado nela vem do
Espírito Santo", diz o anjo a José acerca de Maria, sua noiva (Mt
1,20). A Igreja vê aí o cumprimento da promessa divina dada pelo profeta
Isaias: "Eis que a virgem
conceberá e dará à luz um filho" (Is 7,14, segundo a
tradução grega de Mt 1,23).
§498 Por vezes tem-se estranhado o silêncio do Evangelho de São
Marcos e das epístolas do Novo Testamento sobre a concepção virginal de Maria.
Houve também quem se perguntasse se não se trataria aqui de lendas ou de
construções teológicas sem pretensões históricas. A isto deve-se responder: a fé na concepção virginal de Jesus deparou
com intensa oposição, zombarias ou incompreensões da parte dos não-crentes,
judeus e pagãos[a70]. Ela
não era motivada pela mitologia pagã ou por alguma adaptação às idéias do
tempo. O sentido deste
acontecimento só é acessível à fé, que o vê no "nexo que interliga os
mistérios entre si[a71]",
no conjunto dos Mistérios de Cristo, desde a sua Encarnação até a sua Páscoa.
Santo Inácio de Antioquia já dá testemunho deste nexo: "O príncipe deste mundo ignorou a virgindade
de Maria e o seu parto, da mesma forma que a Morte do Senhor: três mistérios
proeminentes que se realizaram no silêncio de Deus[a72].
10 VISITA DE MARIA A
ISABEL COMO VISITA DE DEUS AO SEU POVO
§717 “Houve um homem enviado por
Deus. Seu nome era João” (Jo 1,6). João é "repleto do Espírito Santo, ainda no seio de sua mãe" (Lc
1,15) por obra do próprio Cristo que a Virgem Maria acabava de conceber do
Espírito Santo A
"visitação" de Maria a Isabel tomou-se, assim, "visita de Deus ao seu povo".
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